Preparador de goleiros: conheça os principais desafios enfrentados

O que é preciso para se tornar um preparador de goleiros eficaz? Estudo, dedicação e autoconfiança são características fundamentais. O profissional que atua nessa função tem desafios muito claros, sobre os quais discorremos abaixo. Acima de tudo, precisa estar preparado para lidar com atletas que estão em uma posição crítica dentro do time: o erro de um goleiro pode vir a comprometer o resultado de uma partida inteira.

Da mesma forma, o acerto (uma defesa de pênalti, por exemplo) coloca o goleiro em uma posição elevada, e satisfaz ainda mais os dirigentes, a torcida e, é claro, o preparador que se empenhou no trabalho.

Confira abaixo os principais desafios de quem encara essa profissão:

Conquistar o respeito dos atletas

No mercado brasileiro, a maioria dos preparadores de goleiros dos times são ex-jogadores. Se não for o seu caso, tudo bem, não é necessário perder a confiança. Afinal, ex-jogador ou não, todo líder precisa conquistar o respeito da equipe que comanda. Veja algumas dicas para ganhar o respeito dos atletas:

  1. Demonstre sua paixão pelos objetivos coletivos: um bom trabalho em equipe começa com a certeza de que o preparador está empenhado nisso. Mostre para seus jogadores que as metas deles são as suas metas, que você está trabalhando para conquistá-las ao lado deles, e não à frente.
  2. Tenha confiança: não tente “colocar medo” na equipe, mas sim demonstrar que você sabe onde está pisando e do que está falando. Nesses momentos, ter formação especializada na área é fundamental e ajuda você a se sentir mais seguro, pois sabe que estudou para estar naquela posição e não tem o que temer.
  3. Envolva a equipe: entenda que o time trabalha junto com você. Não adianta ser autoconfiante se você se tornar autoritário. Esteja aberto a demonstrar suas vulnerabilidades.

Treinar os jogadores para enfrentar altitude

Jogar em altas altitudes não é algo que a maioria dos jogadores de times brasileiros está acostumado a fazer. Por isso, a preparação nesses casos é planejada para driblar os efeitos da pressão atmosférica.

Em localidades mais altas, é comum que os atletas possam sentir os sintomas do chamado “mal agudo da montanha”, como náuseas, dores de cabeça, sangramento do nariz e vômito. Geralmente, dependendo da estrutura do clube, alguns treinos prévios a jogos já são realizados em níveis de altitude mais alto, para preparar o condicionamento físico dos atletas com antecedência.

Mas como isso impacta diretamente o trabalho do preparador de goleiros? No caso deste jogador, a altitude influencia não só o cansaço físico (que é até menor, se comparado a outros jogadores, já que o goleiro não percorre o campo) e na preparação cardiorrespiratória, mas também na estratégia de defesa. Com a altitude, a velocidade da bola se altera, o que torna necessário alterar as movimentações do goleiro.

Na Copa Sul-Americana de 2017, o preparador de goleiros do Fluminense, Marquinhos Lopes, indicava a mudança de velocidade da bola como uma das principais preocupações para o jogo das oitavas de final. Por isso, é preciso criar uma bateria de treinamentos que leve em conta esse aspecto tático.

Adaptar-se à inovações

A tecnologia é uma aliada importante dos times de futebol. Você deve buscar se adaptar a ela e acolher as inovações. O preparador de goleiros do Corinthians, Mauri Lima, aposta nessas novidades para melhorar a performance dos atletas.

Para fugir da monotonia ele cria exercícios em que os jogadores têm de aumentar sua capacidade de responder às demandas do treino. Em um deles, por exemplo, Mauri utiliza uma faixa azul estendida dentro da área para limitar o campo de visão dos atletas em chutes rasteiros.

Mas ele afirma também que é preciso aumentar o nível de dificuldade a cada nova tarefa. Do contrário, os goleiros se acostumam com o novo desafio e não se sentem mais estimulados.

Escolher o jogador titular da equipe

É da alçada do preparador de goleiros escolher o atleta titular da posição. Inclusive, quando há mudança do preparador em um time, a vaga fica novamente aberta. Nesse momento, os atletas sentem a necessidade de “mostrar trabalho” e começam a se preparar de forma mais intensa. O desafio do profissional que trabalha como preparador é, principalmente, equilibrar os ânimos.

Não existe fórmula mágica para definir o goleiro titular. O atleta que estiver mais preparado deverá ser o escolhido, mas como saber quem está realmente pronto? Além do preparo físico e tático, é importante observar o componente emocional e psicológico do atleta. Hoje, boa parte dos grandes clubes já contam com profissionais dessa área para fortalecer o aspecto mental dos seus jogadores.

Conte com isso também para eleger o titular, afinal o goleiro precisa estar bem preparado para momentos críticos em uma partida, que podem definir um placar a favor ou contra o time: cobranças de falta, escanteios, pênaltis.

Motivar um jogador quando ele está em má fase

Um dos casos mais emblemáticos de má fase de goleiros aconteceu com o Muralha, do Flamengo, na temporada de 2017. O goleiro foi duramente criticado pela torcida. Além disso, parte das críticas também caiu sobre o preparador Victor Hugo, depois de um vídeo lançado na internet.

O profissional aparece nas imagens errando a pontaria do gol durante um dos treinamentos, o que gerou gozação na internet e desaprovação dos torcedores rubro-negros. O que fazer em situações como essa?

Em um primeiro momento, o ideal é conversar com os dirigentes para entender qual será a posição do clube. Depois, recomeçar o trabalho com ainda mais determinação: ajustar falhas e pontos de ruído na preparação, contar com a equipe médica e tática e, especialmente, buscar suporte em profissionais que atuam na psicologia do esporte.

Afinal, esse jogador terá que ser “reanimado”, fortalecido em sua autoestima para voltar aos campos com confiança. O preparador de goleiros deve fazer sua parte nesse quesito.

O que você achou dos desafios de um preparador de goleiros? Ficou com vontade de seguir a profissão? O fundamental é não perder de vista a dedicação ao trabalho e a autoconfiança.

Com essas duas qualidades, é possível conquistar e liderar uma equipe de qualidade! Se você gostou deste artigo, também vai se interessar pelo próximo: Esquema tático do futebol: saiba como montar o seu time!

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