Por que os jogos da Champions League são um sucesso?
É impossível não ficar entusiasmado quando começa a tocar o hino oficial antes dos jogos da Champions League. “As melhores equipes, o evento principal, os melhores, os mestres” é entoado a cada abertura da maior competição de clubes do mundo.
Um campeonato histórico e tradicional, que se transformou ao longo do tempo, a Champions League tem o selo de ser o melhor que existe no patamar de clubes no futebol mundial.
Um sonho para os jogadores, o grande objetivo para os clubes e um fascínio para os torcedores: esses são alguns dos temperos dessa competição que vive a sua fase de mais sucesso, com a exclusividade de colocar em campo somente o que há de melhor no esporte.
Por que os seus jogos são um sucesso? A resposta parece simples, mas é preciso explorar o passo a passo para entender. Acompanhe!
O formato da competição
Antes da fase de grupos, que reúne 32 equipes, a Champions League conta com 5 fases eliminatórias. Delas saem 6 times, que se juntam aos 26 previamente classificados nos principais campeonatos nacionais do continente para formar os desafiantes ao título da competição.
O coeficiente da UEFA é utilizado para definir o número de vagas diretas que cada país tem na fase grupos. Atualmente, Espanha, Alemanha, Inglaterra e Itália classificam seus quatro primeiros colocados na liga nacional para o torneio. Na edição 2018/2019, França (3), Rússia (2), Portugal, Ucrânia, Bélgica, Turquia e República Checa (1) também têm representantes diretos.
A fase eliminatória começa com 4 equipes, que disputam um torneio para decidir o classificado para a primeira fase. Esse time se junta a outros 31, que disputam 16 confrontos mata-mata que valem a classificação para a fase seguinte. Nela, há a separação entre o caminho das ligas e o caminho dos campeões.
No caminho dos campeões, as 16 classificadas enfrentam mais 4 equipes já conhecidas em 10 confrontos, que valem vaga para a terceira fase. No caminho das ligas, 4 equipes já conhecidas se enfrentam em 2 jogos eliminatórios.
Na terceira fase, 2 times entram no caminho dos campeões e enfrentam os 10 classificados, o que forma 6 confrontos. No caminho das ligas, mais 6 times enfrentam os vencedores da eliminatória anterior em 4 confrontos.
Por fim, na fase de “Play-off”, ocorre a definição das 6 vagas para a fase de grupos da Champions League. No caminho dos campeões, os 6 classificados enfrentam 2 equipes conhecidas em 4 confrontos. Já no caminho das ligas não há novos times: os 4 classificados disputam 2 vagas em embates eliminatórios.
A fase de grupos é composta por 32 equipes, separadas em 8 grupos. Os cabeças-de-chave são os 8 campeões das principais ligas da Europa, e toda a composição é realizada por sorteio. Após 6 rodadas, 16 equipes (os 2 primeiros de cada grupo) avançam para a fase final do torneio.
Os times precisam vencer 4 confrontos (oitavas, quartas, semifinal e final) para ficar com o título. Todos os adversários são definidos por sorteio e os jogos são em formato de ida e volta até a semifinal. A exceção é a final, realizada em jogo único e em estádio preestabelecido, o que aumenta a emoção na briga pela taça.
Os melhores do mundo nos jogos da Champions League
A grande essência da Champions League são os jogadores. Os maiores craques do futebol mundial desfilam a sua classe nessa competição. Desde os jogadores brasileiros que se destacam no país até os africanos e asiáticos, dezenas de nações estão representadas em suas partidas.
O grande objetivo dos clubes da elite europeia é a conquista desse campeonato. Portanto, todo o planejamento estratégico — desde a pré-temporada, passando pelas contratações e pela montagem do elenco — tem como ápice a possível conquista da “orelhuda”, com ficou popularmente conhecida a taça da Champions.
Durante a temporada, os jogos dos principais campeonatos domésticos — como a Premier League, a Bundesliga, a La Liga, a Série A ou a Ligue 1 — não são prioridades quando um compromisso importante na Champions League está adiante.
Os titulares das equipes precisar chegar em forma fisicamente para render o melhor nesses jogos e, por isso, são poupados em outras competições. O grande retorno midiático e financeiro desse torneio o tornam o alvo número 1 de todos os clubes envolvidos.
Os principais jogadores do mundo são ícones do futebol — verdadeiras marcas que exploram suas características técnicas, habilidades e também a sua personalidade. Eles estão rodeados de fãs, que os apoiam e vibram ao vê-los em campo. O apelo é enorme quando o assunto é a Champions League.
Basicamente, um título dessa competição só fica atrás de um título da Copa do Mundo. Por isso, nomes como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, Neymar, Gianluigi Buffon, Antoine Griezmann e Luka Modric, para citar apenas alguns, engrandecem o torneio. A rivalidade entre clubes e jogadores fica à flor da pele — ainda mais nas fases finais.
Além dos jogadores, a razão principal do sucesso dos jogos da Champions League é o tamanho dos clubes, a sua ótima estrutura e os torcedores ao redor do mundo. Isso torna a competição a maior em termos de clubes no planeta.
Os jogadores brasileiros na Champions
Somente na fase de oitavas de final da Champions League 2017/2018, 43 brasileiros foram inscritos pelas equipes participantes. O país está entre as nações com o maior número de representantes, o que torna o futebol nacional completamente globalizado e com participação importante entre as equipes.
Dos 23 convocados por Tite para a Copa do Mundo de 2018, 18 atuaram na última edição do torneio europeu. Os principais foram o lateral Marcelo e o volante Casemiro, que jogam no Real Madrid e são os atuais tricampeões da Champions (2016, 2017 e 2018). Os dois foram titulares na campanha brasileira que chegou às quartas de final na Rússia.
Apesar disso, o principal nome do futebol brasileiro é Neymar. O camisa 10 da Seleção foi campeão e artilheiro em 2015, com o Barcelona, mas atualmente joga no Paris Saint-Germain, da França. A sua transferência de € 222 milhões foi a mais cara da história do futebol, o que ilustra a importância dos nossos jogadores na Europa.
Em 2018, duas estrelas em ascensão do futebol nacional, Vinicius Júnior (Flamengo) e Rodrygo (Santos), de apenas 17 anos, foram vendidos para o Real Madrid. Maior campeão da Copa do Mundo e um dos países mais reconhecidos internacionalmente, o Brasil se transformou em um exportador de craques para a Europa.
A grandeza e a tradição dos clubes
A Champions League, como o próprio nome entrega, celebra todos os campeões e melhores colocados das ligas europeias em uma só competição. Ou seja, o desempenho local garante a classificação para o torneio continental, o que eleva o patamar das competições nacionais do continente.
Assim, a competição é uma das grandes responsáveis por impulsionar não somente os gigantes europeus, como Real Madrid, Barcelona, Juventus e Manchester United, mas também os clubes mais modestos. Essas equipes menores sonham com a classificação para aumentar a sua exposição e revolucionar a sua dimensão no futebol mundial.
Todos os clubes que chegam à fase de grupos da competição recebem uma injeção financeira igualitária da UEFA, que ultrapassa os € 10 milhões. Esse valor pode não ser expressivo para algumas equipes, mas garante a subsistência e a manutenção das atividades de vários outros, principalmente os menores.
A evolução do marketing e a globalização exponencial dos maiores clubes do mundo transformaram a Champions League e aumentaram o seu nível de atração. Atualmente, os times com os faturamentos mais elevados e os principais jogadores do planeta estão nela e lutam pelo seu título todos os anos.
Os torcedores mais clássicos — que apreciam o seu nível esportivo — e os mais novos — que se identificam com clubes e jogadores — compram igualmente a competição. Essa união de entretenimento, alto nível de partidas e a presença de estrelas mundiais é o que torna o torneio um sucesso dentro e fora dos gramados.
Com essa rica história, o torneio criou e expandiu rivalidades locais e continentais. Objeto de desejo dos grandes clubes, todos concentram as suas forças em avançar o mais distante possível, o que garante grandes jogos e cenas que ficam para a história do futebol.
O embate entre clubes que contam com elencos recheados de jogadores famosos e bem preparados é uma receita que funciona para a Champions League. Por isso, o torneio é sustentável para todos os envolvidos: equipes, atletas, organização, patrocinadores e televisão, o que será abordado no próximo tópico.
O sucesso de audiência
A Champions League é um produto completo, o que a valoriza entre os principais meios de comunicação ao redor do mundo. Seus direitos de transmissão são disputados e negociados por valores astronômicos, mas geram retorno para as empresas, o que é confirmado pelos números de audiência.
No Brasil, a Turner, dona do Esporte Interativo, TNT e Space, detém o direito de transmitir os seus jogos na temporada 2018/2019. As maiores audiências esportivas da televisão por assinatura vêm dessa competição, com embates clássicos como Barcelona e Paris Saint-Germain, que terminou com uma virada história do time catalão em 2017.
Na televisão aberta, a Rede Globo é responsável por transmitir as principais partidas. Na final de 2018, disputada entre Real Madrid e Liverpool, o canal atingiu 23 pontos no Ibope na Grande São Paulo, o que elevou em mais de 10 pontos a audiência do horário. Isso significa que 40% das pessoas na cidade assistiram ao jogo.
Sucesso global, os jogos da Champions League têm no público brasileiro um produto rentável. Na edição 2016/2017, o Brasil foi o líder global de audiência, com quase 170 milhões de telespectadores. Na decisão, estima-se que mais de 20 milhões de pessoas acompanharam o 11º título do Real Madrid.
Formato inicialmente explorado pela ESPN Brasil, a exibição da final nos cinemas cresceu com a entrada da Globo no negócio, em 2016. Atualmente, mais de 300 salas exibem um dos principais eventos do futebol mundial, com transmissão exclusiva da emissora carioca em parceria com a Cinecolor e a Cinelive.
Com todas essas informações, você é capaz de compreender o sucesso dos jogos da Champions League no Brasil e no mundo. A competição se consolidou como o principal torneio de futebol, atrás somente da Copa do Mundo, e continuará ocupando o centro das atenções nas próximas décadas.
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