Meninos versus meninas na terceira infância: vencendo através do esporte
A diferença de tratamento destinada a crianças de sexos opostos é um assunto que vem sendo muito discutido atualmente. Essas disputas envolvendo meninos versus meninas na terceira infância são provocadas, principalmente, em razão da desigualdade de gênero.
A rivalidade criada entre as crianças pode ser prejudicial para o futuro delas, caso não seja trabalhada de maneira correta. Nesse cenário, o esporte é um grande aliado para amenizar e descaracterizar essa desavença.
Quer saber mais sobre como é possível vencer a competição de meninos versus meninas na terceira infância por meio do esporte? Então continue acompanhando e descubra!
As características da terceira infância
Antes de começarmos a falar sobre o comportamento, vamos comentar um pouco sobre a terceira infância. Essa etapa da vida ocorre entre os 6 e os 12 anos de idade, tendo grande parte do seu desenvolvimento nos primeiros dois anos.
A partir dos 6 anos, a criança começa a se comparar com outras. É nessa fase também que analisa e compreende os padrões comportamentais impostos pela família, escola e sociedade.
A rivalidade de meninos versus meninas na terceira infância
Antes mesmo do nascimento, muitos pais, influenciados pela cultura da sociedade, criam estereótipos para os seus filhos de acordo com o sexo do bebê.
Normalmente, a primeira manifestação da diferenciação entre meninos e meninas pode ser observada pelas cores escolhidas para roupas, chás de fralda ou decoração: rosa para as meninas e azul para os meninos.
Não há nada de errado em vestir meninas de rosa ou meninos de azul, o grande problema é dizer que determinada cor pertence a eles ou a elas. Essas afirmações confundem a cabeça das crianças e as moldam para questionar comportamentos que deveriam ser normais na infância. Como consequência, há a rivalidade entre os gêneros.
Além das roupas, o gosto pelos brinquedos também é adquirido socialmente. Nenhuma menina nasce amando brincar de boneca, assim como os meninos não preferem os carrinhos quando são bebês.
O gosto pelos brinquedos, então, também é adquirido socialmente. Os tipos de brinquedos expostos em lojas e definidos na embalagem como “brinquedo de menino” ou “de menina” são o primeiro exemplo disso.
As escolas também têm culpa nesse processo. É comum encontrar em salas de aula os brinquedos separados em caixas rosa ou azul, identificando quais são dos meninos e quais são das meninas.
A disputa entre os sexos na infância é criada por meio de comportamentos culturais transmitidos dos adultos às crianças. O esporte é uma excelente forma para combater essa desigualdade e permitir que as crianças cresçam e possam fazer escolhas de acordo com o que realmente gostam.
Mas, afinal, como o esporte age em benefício das crianças nesse caso? Confira no próximo tópico!
Os benefícios do esporte nessa disputa
O esporte pode servir como base educacional de diversos assuntos para as crianças — aprender a respeitar as regras do jogo, lidar com vitórias e derrotas, ser companheiro dos colegas de equipe e ter uma conduta leal com os adversários podem ser usados como exemplo disso.
Além desses benefícios, o esporte também é um importante aliado na luta contra a disputa entre os gêneros na infância. Veja a seguir o que o professor de educação física pode fazer para utilizá-lo a favor dessa causa:
Faça palestras educativas sobre o tema
Muitas vezes, temas polêmicos como a rivalidade diária entre meninos e meninas são deixados de lado e não explorado pelos adultos. Essa ação, em sua maioria, é considerada protetora pelos pais e educadores.
Contudo, isso não é verdade. Falar sobre o assunto é uma das formas de combatê-lo. Por isso, as palestras educativas sobre o tema são muito bem-vindas.
Para que fique mais interessante para os pequenos é importante chamar convidados com os quais eles se identifiquem. Além disso, utilize a linguagem infantil e sempre que possível dê exemplos relacionados ao cotidiano deles. Ao final da palestra abra um espaço para que todos tirem as suas dúvidas.
Crie jogos mistos com meninos e meninas
Nos momentos em que as crianças se auto-organizam, como no recreio, é comum que meninos e meninas se separem e se distraiam com brincadeiras destinadas (pela sociedade, como falamos anteriormente) para o seu sexo.
A criança que se difere desse gosto — ou seja, a menina que quer jogar futebol ou menino que gosta de dançar, por exemplo — é visto com olhares estranhos dos colegas e muitas vezes dos professores.
A aula de educação física deve ser inclusiva nesse sentido e trabalhar para combater esse tipo de atitude. Fazer jogos mistos entre meninos e meninas é uma forma de contribuir para que trabalhem juntos.
Neste sentido, cabe ainda ressaltar, que a realização de jogos e brincadeiras mistas é totalmente compatível nesta fase da vida, uma vez que meninas e meninos entre 6 e 12 anos de idade, do ponto de vista biológico (físico e hormonal), são semelhantes, apresentando, em média, valores de peso, estatura, força, velocidade, agilidade e impulsão muito semelhantes. Assim, estas semelhanças notadas entre meninas e meninos na terceira infância, permitem que os estímulos sejam oferecidos de maneira equivalente, dando oportunidade para um desenvolvimento motor e esportivo amplo, independente do gênero.
Uma boa ideia é sempre em brincadeiras em duplas pedir que esta seja formada por um menino e uma menina. Além disso, diversificar os jogos e alternar entre brincadeiras de corrida ou dança também é uma ótima forma de fazer com que as crianças aceitem mais umas às outras.
Ensine todos os esportes e práticas corporais a todas as crianças
Os esportes são para todos os gêneros. Não existe um sequer que não seja disputado profissionalmente entre ambos os sexos. Na escola, no entanto, há uma predeterminação histórica que diz que alguns esportes, como o futebol e a luta, são para os meninos, enquanto o balé, a dança ou o vôlei para as meninas.
É dever do professor de educação física acabar com esses estereótipos. Para tanto, considere criar um calendário dos esportes e jogos que serão oferecidos durante o ano e faça com que toda a turma experimente todos eles. Nunca separe meninos e meninas ou ofereça esportes diferenciados para cada sexo.
Para facilitar esse trabalho e reduzir os conflitos, uma boa ideia é trazer sempre, antes de cada aula, exemplos de atletas profissionais de ambos os sexos que praticam o esporte que será trabalhado no dia.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e o ensino misto
Os PCNs são diretrizes não obrigatórias que o governo criou como referência para auxiliar os professores. Separados por disciplinas, têm como objetivo trazer diversas ideias sobre o conteúdo didático.
Com relação à diferenciação de gêneros e à disputa entre os meninos e meninas os PCNs incentivam que as aulas de educação física sejam mistas. A justificativa é que as aulas com participação de meninos e meninas permitem que eles convivam, aprendam a ser tolerantes, a aceitar as diferenças, a não discriminar e a não reproduzir estereótipos relacionados à atividade física.
A terceira infância é uma fase de descobertas, em que as crianças devem experimentar todos os tipos de jogos, brincadeiras e atividades. É nesse momento que vão desenvolver habilidades motoras e, por isso, a diversidade de gestos e experiências que tiverem será determinante para o seu desenvolvimento.
A escola, em especial a disciplina de educação física, deve ser encarregada de afastar determinações sociais que dizem qual sexo deve realizar cada atividade. É papel do professor diminuir as disputas entre os sexos.
E então, gostou das nossas dicas? Agora que já viu algumas formas de diminuir os conflitos de meninos versus meninas na terceira infância utilizando o esporte, curta a nossa página no Facebook e aprenda muito mais!