Entenda como funciona o sistema de defesa do voleibol

Você tem dificuldades para ensinar o sistema de defesa do voleibol para seus alunos? Ao mesmo tempo que esse é um dos esportes mais praticados no Brasil, a sua exigência técnica torna difícil o aprendizado para os atletas iniciantes.

Contudo, existe uma máxima no mundo esportivo que diz: “ataques ganham partidas, defesas ganham campeonatos”. Nesse contexto, os jogadores precisam ser motivados a treinar os fundamentos, para gerar o maior número de oportunidades de ataque e contra-ataque para a sua equipe.

Preparamos um guia para você ensinar as táticas de defesa para seus alunos. Continue a leitura e aproveite as informações!

Qual é a importância da defesa no voleibol?

A dinâmica do jogo de vôlei aumenta a relevância da defesa para as vitórias. Como não há contato físico e as equipes são responsáveis por sacar quando pontuam, ter a oportunidade de atacar para abrir dois pontos de vantagem é um diferencial importante.

Isso explica a existência de uma posição voltada somente para a defesa. O líbero foi introduzido oficialmente pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) em 1993 e a sua função é completamente defensiva: não é permitido atacar, sacar e só pode ocupar as três posições no fundo da quadra — precisa ser substituído quando avança no rodízio.

Ao mesmo tempo, a defesa precisa ser eficiente no momento do passe, que é o primeiro toque após receber o saque adversário. Os erros de recepção estão entre as causas mais comuns de perda de pontos e, quando a bola chega “quebrada”, o levantador encontra problemas para achar os atacantes.

Todos os jogadores devem ficar atentos durante a ação defensiva — mesmo o levantador. Em geral, aqueles que estão posicionados na rede sobem para bloquear o ataque adversário, enquanto os restantes se espalham na quadra para fazer a cobertura e tentar o contra-ataque.

Quais são os fundamentos de defesa no voleibol?

O defensor no voleibol tem muitos recursos para manter a bola viva. Apesar da dificuldade de parar os ataques que ultrapassam os 100km/h, os atletas desenvolvem a sua parte técnica para se posicionar e fazer o movimento correto, o que permite a reação do restante do time.

Conheça, abaixo, os fundamentos de defesa e veja como aplicá-los!

  • bloqueio: é a elevação vertical dos jogadores na rede para conter o ataque adversário; em geral, o central é a posição com melhor aproveitamento nesse fundamento;
  • recepção: ato de receber o saque adversário e preparar a equipe para o ataque; o líbero é o principal responsável;
  • manchete: é um fundamento usado nas situações de defesa e recepção; o atleta deve colocar uma mão sobre a outra e juntar os polegares na mesma direção;
  • toque: principal fundamento de passe, serve para defender as bolas mais altas e acelerar a troca de passes;
  • pés: ao contrário de outros esportes, o pé é permitido no voleibol, mas só deve ser usado em situações extremas, a fim de manter a bola em jogo;
  • rolamento: após fazer uma defesa próxima ao chão, o jogador deve rolar com as costas para evitar lesões;
  • peixinho: para defender bolas mais distantes, o jogador se atira de peito no chão, como se estivesse mergulhando.

Qual a ordem de aprendizado desses fundamentos?

Dentre todos esses movimentos, o de recepção e a manchete são os mais básicos e devem ser os primeiros a serem aprendidos. O aperfeiçoamento da técnica nesses dois casos é imprescindível para o desenvolvimento de um gesto motor eficiente e ambos servem como base de consciência de jogo para as defesas mais complexas.

Usar os pés na defesa, por exemplo, costuma acontecer após uma percepção de jogo mais apurada. Quando os jogadores conseguem entender e dominar a relação espacial na quadra sem cometer nenhuma infração ou risco para os colegas de equipe.

Com relação ao bloqueio, ele também é um movimento bastante simples, mas que exige certa atenção ou até mesmo estatura física para ser feito com a devida técnica. Outro fator importante é ter uma situação de jogo favorável ao aprendizado do bloqueio, uma vez que pancadas fortes podem gerar lesões e até mesmo uma espécie de trauma que evita com que o atleta continue no jogo ou permaneça interessado em continuar a aprender as defesas do voleibol.

Por fim, vale ressaltar que o peixinho — movimento muito famoso e de grande interesse entre os mais jovens — deve ser a última defesa a ser aprendida. Antes de ensiná-la, é preciso discernir várias particularidades como: idade, capacidade motora, força física e até mesmo o sexo deve ser avaliado antes do ensino dessa técnica, uma vez que os choques com o chão podem ser desconfortáveis e causar problemas no futuro, especialmente durante partidas mais intensas.

Deve-se sempre prezar pela integridade física do atleta e invariavelmente optar pela progressão pedagógica de cada uma dessas defesas. No caso do peixinho, é importante usar um pequeno colchonete e movimentos como o mergulho e o rolamento para ensinar o aluno a absorver quedas com maior eficiência e segurança.

Com o tempo, é possível reduzir essas seguranças, sempre após observar a aptidão física e qualidade técnica de cada um dos jogadores. Em suma, ambos os sexos podem fazer o movimento sem restrições, mas como é de se esperar, a técnica varia sensivelmente assim como o tempo e o período de aprendizado. Tudo isso deve ser respeitado ao longo das aulas e evolução no esporte.

Quais são os sistemas de recepção de saque?

Pelas regras do voleibol, os jogadores devem ficar dispostos na quadra conforme o rodízio (1 a 6) — eles só podem se movimentar depois que a bola entrar em jogo. Contudo, existem estratégias para espalhar os atletas sem que eles desobedeçam ao seu posicionamento ideal.

Um exemplo é o levantador: como ele é o responsável pelo segundo toque, não deve fazer a recepção. Por isso, ele fica atrás da linha de defesa (quando está no fundo) ou próximo à rede (quando está na frente), para que a bola não venha na sua direção.

Conheça os sistemas de recepção mais conhecidos entre as equipes:

  • sistema W: recomendado para iniciantes, com cinco jogadores em W no fundo da quadra e o que sobrou na rede para fazer o passe;
  • recepção em semicírculo: nessa variação do W, cada um dos cinco jogadores é responsável por um trecho da quadra;
  • sistema com quatro receptores: usado para deixar o levantador e o atacante principal livres; os quatro responsáveis pela defesa se posicionam em semicírculo no fundo;
  • sistema com três receptores: é uma tática avançada que libera, além do levantador e do atacante, o oposto. Esse último fica atrás da linha de defesa, formada por três atletas.

Lembrando de que a escolha de cada um desses sistemas também depende da qualidade técnica da equipe e das valências físicas de cada jogador. Agilidade, altura, força física e outros fatores são determinantes na hora da escolha da estratégia e da aplicação de uma tática bem fundamentada.

Em termos gerais, o sistema W costuma ser o mais básico, por conta da sua menor movimentação. Entretanto, a recepção em semicírculo também costuma ser vantajosa para aqueles que estão no início, especialmente quando procura-se ensinar sobre a importância e a independência de cada posição.

O ideal é, ao longo do tempo, testar cada um desses sistemas e criar uma espécie de flexibilidade na equipe, que ajuda a adaptar o time para cada estilo de partida e de adversário. Assim como no caso dos fundamentos mencionados, é sempre importante saber evoluir de maneira pedagógica, de forma a instigar os alunos a alcançar melhores resultados e a garantir um desenvolvimento esportivo constante ao longo dos treinamentos semanais das defesas no voleibol.

Como ensinar o sistema de defesa do voleibol para os alunos?

O voleibol é um esporte muito técnico, então, o professor pode encontrar mais dificuldades para ensinar os fundamentos nas primeiras aulas. A dica inicial é demonstrar, de forma prática, como são os movimentos e incentivar os alunos a repetir. O posicionamento do corpo e das mãos é essencial.

Nas aulas seguintes, o exercício de ataque e defesa em duplas pode ser inserido, mas em velocidades pequenas. O objetivo é que um dos alunos faça o corte e o outro se movimente para fazer a recepção — a bola deve voltar para o companheiro, que faz o levantamento e mantém o ciclo.

Com o tempo e o costume maior com o esporte, os alunos podem aprender o sistema de defesa do voleibol. O exercício mais comum é posicionar seis atletas do outro lado da rede e sacar, com o objetivo de fazer os três toques e devolver a bola. Lembre-se de que a comunicação é a peça-chave nessa estratégia.

Posteriormente, os alunos podem ser dispostos em duas equipes para a realização das partidas, com as posições de cada um definidas. O professor deve orientar a movimentação e parar os lances, sempre que observar alguma movimentação errada, como erros táticos ou de fundamento.

Ensinar corretamente o sistema de defesa do voleibol é fundamental para melhorar o rendimento da equipe. Em um esporte tão competitivo, conseguir manter a bola em quadra o maior número de vezes possível é o caminho mais rápido para conquistar a vitória nos jogos.

Esperamos que este artigo tenha sido útil para as suas aulas. Se quiser ficar por dentro de mais conteúdos relevantes, assine nossa newsletter continue bem informado.

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