Entenda a importância de controlar a carga de treinamento de atletas
Saber controlar a carga de treinamento de atletas é essencial para os treinadores. Sem esse conhecimento, torna-se praticamente impossível sonhar com grandes resultados, principalmente quando falamos de competições de alto nível e prestígio.
Todos nós sabemos que atletas devem treinar frequentemente, certo? O problema é que se os treinos não forem dosados com a intensidade adequada, não há ganho de performance, e sim um declínio das valências físicas, podendo gerar a lesão de um ou mais jogadores da equipe.
Por essa razão, é essencial entender alguns princípios da fisiologia desportiva para conseguir montar um cronograma correto que leve em consideração o nível atual dos jogadores, os objetivos em termos de condicionamento físico e a data das partidas que acontecem durante a semana.
Abaixo, falaremos mais sobre cada um desses pontos, evidenciando a importância do controle da carga de treinamento para que você saiba o que fazer com seus jogadores.
Pronto para saber mais a respeito? Continue sua leitura até o final!
A importância de saber quando cada jogo acontece
Um dos primeiros passos para montar um bom programa de treinamento consiste na definição de prazos adequados. No caso do futebol, esses prazos são as partidas, que podem acontecer com periodicidade variável.
Não importa se seu time joga todo final de semana, duas vezes por semana ou a cada quinze dias: a regra é que todo seu treinamento deve pautar essas ocasiões como peça central.
Entenda que a cada partida seus jogadores dão o máximo de si, imprimindo intensidades muito acima do treinamento (na maioria das vezes) e participando de choques e outras circunstâncias típicas do futebol.
Isso significa dizer que, após cada rodada, há uma intensa necessidade de recuperação muscular para cada um dos atletas do seu time. Sendo assim, é importante incluir sessões regenerativas em torno dessas datas importantes.
Somente após essa etapa, é possível incluir outras atividades importantes, como treinos táticos e de performance, para que a equipe evolua como um todo. Por via de regra, quanto mais jogos durante a semana, menos treinamentos de alta intensidade devem ocorrer (em duração e em número de sessões).
Não esqueça que até mesmo as partidas oficiais podem servir como uma espécie de treinamento, gerando resposta adaptativa no sistema cardiovascular e muscular — fazendo com que muitos jogadores se beneficiem de jogos frequentes.
Popularmente, esse efeito é chamado de “tempo de jogo” por algumas pessoas, e é notável ver a evolução dos atletas que estão frequentemente no campo.
Entretanto, deve ser acentuado o fortalecimento muscular e outras valências importantes para a redução da chance de lesão durante essas partidas. De maneira geral, tudo deve ser dimensionado da forma adequada para que o jogador consiga permanecer funcional e saudável.
Como a carga de treinamento pode ser equilibrada
A princípio, existem algumas variáveis importantes que podem modificar sensivelmente a carga de treinamento. Algumas delas são: volume, intensidade, duração e a carga (nesse caso, estamos falando de peso/resistência).
Na maioria das vezes, quando falamos de aumento da capacidade cardiovascular, estamos nos referindo aos treinos de alta intensidade e de duração mais curta, que popularmente são conhecidos como treinos intervalados ou até mesmo HIIT.
Essa modalidade, apesar de extremamente benéfica para os jogadores, deve ser bem prescrita por conta da grande demanda de recuperação necessária para a conquista dos benefícios. Portanto, deve-se adequar o volume (número de tiros/repetições) com uma duração correta.
Quanto menores forem os períodos de alta intensidade, mais é exigido do atleta. Levando somente isso em consideração, já podemos programar vários estímulos diferentes ao longo da semana para que em um intervalo de tempo seja possível conseguir uma resposta física válida dos jogadores.
O mesmo se aplica na parte de fortalecimento muscular, em que o número de repetições, de séries e até mesmo o período de descanso devem ser modificados para favorecer um estímulo e uma adaptação adequada dentro do espaço de tempo previsto pelo cronograma esportivo.
Por isso, os treinamentos resistidos dificilmente são próximos de uma tradicional série voltada para hipertrofia, e, na maioria dos casos, opta-se por movimentos completos que garantam mais ganhos na funcionalidade, força e capacidade física.
Cabe ao profissional de educação física e à equipe multidisciplinar da comissão técnica avaliar cada uma dessas etapas e necessidades. Lembrando que todo jogador apresenta algumas variações em relação à sua capacidade de recuperação e até mesmo às necessidades de fortalecimento.
Como mensurar os resultados do programa de treinamento
Por fim, é superimportante mensurar e ter uma ideia do tipo de adaptação que seus jogadores estão tendo. A equipe como um todo deve ser capaz de apresentar números melhores referentes a tudo aquilo que diz respeito à performance física.
A princípio, os jogadores precisam ter mais fôlego, menor percentual de gordura (dentro do esperado), maior nível muscular e uma apresentação clara de flexibilidade, mobilidade e demais qualidades que demonstrem bom atleticismo.
Vale ressaltar que muitas dessas análises podem ser feitas de maneira qualitativa, apenas com a observação do treinador. No entanto, a avaliação quantitativa, com tempo cronometrado, análise das cargas (peso) utilizadas nas diferentes etapas do treinamento, apenas para dar dois exemplos, também é extremamente importante.
Em grandes times e clubes, ainda existe a análise laboratorial, em que é possível, por meio de exames de sangue, observar o nível de lactato na musculatura de um atleta, indicando, desse modo, qual é o período de recuperação que ele se encontra.
Bons treinadores sabem juntar todo esse leque de informação com os resultados palpáveis dentro de campo, que são finalizações, posse de bola, gols e assim por diante. Em suma, tudo deve ser utilizado e gerido de uma forma estratégica voltada aos resultados.
Ao controlar a carga de treinamento, é possível preparar com grande qualidade todos os membros da sua equipe, fazendo com que os melhores rendimentos sejam dados em campo, e não somente em uma sessão de treinamento que, no final das contas, não é o mais importante para quem deseja vencer torneios e conquistar grandes títulos.
Gostou do post? Que tal uma leitura complementar sobre como preparar atletas para o alto desempenho? As informações complementam bem este conteúdo e são valiosíssimas para treinadores!