Conheça a incrível evolução da fisiologia do esporte

Protocolos de treinamento personalizados, nutrição esportiva com foco em resultados, tecnologia de ponta para simular condições de jogo, estudos médicos para garantir a melhor performance… O esporte como conhecemos hoje é muito diferente do que era há alguns anos. Isso foi possível graças à evolução da fisiologia do esporte, um ramo da fisiologia que se dedica a estudar o funcionamento do corpo quando submetido a práticas esportivas.

Ainda recente no Brasil — os primeiros profissionais de fisiologia do esporte ingressaram em alguns clubes de futebol há pouco mais de 10 anos —, é um campo com potencial de crescimento enorme, sobretudo para educadores físicos que querem se especializar na área. Neste artigo, vamos tratar da evolução da fisiologia do esporte e mostrar como ela pode impactar o desempenho dos atletas em suas equipes. Continue lendo!

O que é fisiologia do esporte?

Para entender fisiologia do esporte, é preciso ter em mente dois conceitos-base: anatomia e fisiologia. A anatomia estuda a estrutura do corpo, as partes que o compõem e suas relações. A fisiologia, derivada da anatomia, estuda o funcionamento do organismo e se ocupa em entender as funcionalidades entre os sistemas e as células do corpo e como eles interagem.

Tendo isto claro, vale a pena ressaltar que fisiologia do esporte não é o mesmo que fisiologia do exercício. Enquanto a fisiologia do exercício estuda como as funções do corpo são alteradas por causa dos exercícios físicos, a do esporte aplica esses conceitos aos treinamentos dos atletas para aperfeiçoar seu desempenho.

Pode-se dizer que a fisiologia do esporte é uma subárea da fisiologia do exercício.

História da fisiologia do esporte

Hoje, alguns clubes e equipes esportivas têm acesso a tecnologias de ponta para entender melhor o funcionamento do corpo de seus atletas. No entanto, a fisiologia do esporte é mais antiga do que isso. O primeiro livro de fisiologia do exercício, chamado Physiology of Bodily Exercise, foi publicado em 1889 por Fernand LaGrange. Apesar disso, só no início do século XX começaram a aparecer estudos mais concretos sobre o tema.

Apesar de ser pouco possível precisar em que data começaram as pesquisas na área de fisiologia, sabe-se que uma das primeiras observações nesse campo foi feita em 1907 pelos pesquisadores Fletcher e Hopkins, que estudaram a relação entre a produção de lactato e a contração muscular. Na década de 1950, o fisiologista Reidell e o treinador Gerschller estudaram o método intervalado. Já a partir dos anos 60, houve um aumento significativo dos laboratórios de fisiologia do exercício.

Outras observações que contribuíram para o desenvolvimento desse campo de estudos foram as pesquisas de Wasserman e Macllory, que criaram a concepção de limiar anaeróbio (estudado até hoje por fisiologistas que usam métodos e protocolos distintos); Edgerton e Gollinick, que estudaram as características das fibras musculares; e Bergstron, que pesquisou a biópsia muscular.

Hoje existem diversos conceitos que podem ser utilizados nos mais diversos protocolos de fisiologia do esporte. Segundo pesquisadores, uma das tendências atuais dessa área é utilizar critérios de avaliação para classificar as cargas durante o treinamento do atleta em três níveis:

  • aeróbia (exercício prolongado de baixa intensidade);
  • aeróbia-anaeróbia (no limite do estável, tendendo ao débito de oxigênio);
  • em débito de oxigênio, com ritmo intenso.

Além disso, a tecnologia existente em muitos centros de estudo permite que pesquisadores criem condições para treinar atletas em diversas circunstâncias. Hoje, a fisiologia do esporte se ocupa de estudar tópicos como procedimentos físicos, táticos, técnicos, nutricionais, psicológicos, biomecânicos e farmacológicos.

Como a fisiologia do esporte pode ajudar um atleta

Com a evolução da fisiologia do esporte, os pesquisadores na área podem desenvolver diversos métodos para aperfeiçoar o treinamento de um atleta. A verdade é que não existe um protocolo definitivo, já que os atletas possuem características fisiológicas diferentes. A individualização das práticas é fundamental para ajudar no desempenho de um atleta de ponta.

Fisiologia do esporte: caminhos para um bom desempenho

No entanto, é possível apontar alguns caminhos a serem seguidos. Primeiro, conhecer as características corporais de cada atleta, para aplicar os protocolos corretos durantes seu treino; depois, ter conhecimento sobre todas as informações científicas disponíveis a respeito do esporte praticado; e informar-se sobre as condições da competição em questão (diferença de temperatura, pressão atmosférica, estádio lotado).

Outra área interessante para o trabalho de um fisiologista é a biomecânica. É possível escolher os melhores ângulos das articulações durante a realização dos movimentos, por exemplo. Os avanços na nutrição esportiva também colaboram com o aperfeiçoamento da performance esportiva.

É preciso ter cuidados quanto ao preparo e ao consumo dos alimentos e de outras substâncias prescritas, fundamentais para otimizar o desempenho e não oferecer riscos à saúde do atleta. Além disso, o fisiologista deve ter o conhecimento adequado das substâncias permitidas pelo Comitê Olímpico Internacional.

Uma nova maneira de ser atleta

Certamente a fisiologia do esporte foi uma das variáveis fundamentais na evolução dos atletas e das competições. Há 40 anos, a capacidade cardiorrespiratória de um jogador de futebol, por exemplo, era muito diferente do que vemos hoje. Com o avanço natural da tecnologia e dos protocolos fisiológicos, os atletas e o esporte evoluíram.

As competições às quais assistimos também evoluíram graças a essas novas ferramentas. Por isso, o trabalho de um fisiologista do esporte é hoje fundamental para garantir o funcionamento dessa engrenagem. O avanço tecnológico propiciou essas mudanças, e profissionais da área esportiva precisam estar adaptados a esse cenário em que o desempenho dos atletas é imprescindível para as conquistas do grupo, seja de uma comissão técnica relacionada a um único atleta, seja de um time inteiro.

A evolução da fisiologia do esporte foi essencial para o desenvolvimento de estratégias de treinamento que melhoram a performance dos atletas. Conhecer o assunto é importante para os profissionais de educação física que querem progredir em suas áreas, especialmente para quem quer diversificar sua carreira e atuar em clubes de futebol, times de vôlei e outros esportes de alto rendimento.

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